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01 dezembro, 2015

Reflexões de Diário Gráfico


Mais um exercício, mais propriamente para ilustrar que o diário gráfico não serve apenas para os desenhos perfeitos, postais ilustrados dos sítios onde passamos. O diário serve acima de tudo para anotar reflexões, emoções e estados de vida que nos rodeiam e nos acompanham. O desenho em diário gráfico é também um fantástico auxiliar de memória, pelo que nem sempre temos de escrever o que se passava no momento. Basta olhar para o desenho e zás, num micro-segundo, lembramo-nos de tudo o que se passava ao nosso redor. Neste desenho por exemplo, a maioria de vós vê um conjunto de edifícios de um lado, árvores a meio e um posto de abastecimento na esquerda, assim num traço meio solto e com cores muito puxadas. Claro que a leitura é muito superficial, mas de facto é o que está representado. 
E é aqui que entra a magia da partilha, porque vocês só vêem (e lêem) o que eu quero mostrar. O que realmente está representado é que eu fui por o lixo à porta de casa enquanto esperava pela minha mulher que foi tirar o carro da garagem; Estava frio, muito frio, mas o sol de inverno transformava o momento numa tarde de Primavera que mais faziam lembrar um dia de Março. Pelo frio que estava, o desenho devia sair mais azul, mas aquele sol aqueceu o momento de tal forma, que até tive de tirar o casaco para conseguir estar ali, durante 5 minutos a desenhar. Nesse pouco tempo, várias pessoas passaram e olhavam com estranheza para o que eu estava a fazer, pelo que não é normal ter alguém a desenhar algo tão banal como o nosso edifício, e num flash, a minha mulher apanha-me e seguimos viagem... A cor foi dada depois, recorrendo não apenas à memória visual mas ao sentimento. Consideremos isto um desenho de Análise Sensitiva de um qualquer local.  Claro que o edifício não é dourado e os pinheiros não são verdejantes como um plátano, mas foi a forma de representar o calor que se sentia naquele momento e as sombras escuras nas varandas fundas acentuam ainda mais esse factor. A estrada também não é azul, mas a luz que nos chega também não é branca e a sombra nunca é cinza...  

4 comentários:

  1. Boa reflexão. E já agora: estiveste sempre parado ou deslocaste-te um pouco para apanhar alguma coisa que te interessava? E desenhaste todos os carros que passaram? E passaram pessoas a pé? Optaste por não desenhá-las? Belo desenho.

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    1. Olá Ediardo e obrigado. Não me desloquei mas desenhei o posto de combustivel como se estivesse no meio da estrada, quis abrir mais a perspectiva. Carros que passaram p mim não desenhei mas acrescentei vários no posto de abastecimento que na altura estava vazio. ;)

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  2. Gostei do exercício de ver o desenho - no blog dos USk, e só depois ler o que escreveras - aqui no teu blog. O desenho é sempre uma memória de um momento que passou. Belíssimo fim de tarde !

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